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𝐀𝐏𝐎𝐈𝐎 𝐏𝐒𝐈𝐂𝐎𝐒𝐒𝐎𝐂𝐈𝐀𝐋: JOVEM DESLOCADA ENFRENTA O DESAFIO DE NÃO SABER SE SUA MÃE CONTINUA VIVA

Apoio psicossocial - IDPs

"Sinto dor de coração, e tenho sofrido desmaios quando penso se a minha mãe está viva", disse Anita, jovem adolescente de 16 anos, acolhida num dos centros de trânsito, no distrito de Eráti, província de Nampula, que na primeira sessão de conversa com a equipa da Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), não conseguia falar, apenas chorava.

Anita, conta que o dia 21 de Fevereiro (2024) se parecia como todos os outros para ela e família, mas, de repente, começaram a ouvir disparos. Era mais um ataque de grupos armados não estatais, no âmbito da violência armada que desde 2017 assolam a província de Cabo Delgado, e que já provocou o deslocamento de mais de um milhão de pessoas.

“Depois dos disparos, cada um fugiu a partir de onde se encontrava, durante o percurso tinha esperança de encontrar a minha mãe, o que não aconteceu.

Chegados ao centro de acomodação, sob ansiedade e desespero de não saber se ela continua viva, procurei e tenho procurado sem sucesso”, lamentou Anita, enquanto enxugava as lágrimas com a capulana, única peça de roupa que serve para vestir e como cobertor.

Tal como Anita, nos centros de acomodação e nas comunidades acolhedoras várias famílias que relatam acontecimentos potencialmente traumáticos, e que necessitam de apoio psicológico de intensidade variável, têm beneficiado de serviços de protecção no âmbito do projecto de “Protecção aos Deslocados Internos e Comunidades Acolhedoras’’, implementado pela Associação ActionAid Moçambique com financiamento da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).