APICULTORES DO DISTRITO DE MARRACUENE BUSCAM EXPERIÊNCIAS SOBRE TÉCNICAS DE MANEIO DE PRODUÇÃO DE MEL NO DISTRITO DE MANHIÇA
O treinamento é organizado pelo Núcleo Académico para o Desenvolvimento da Comunidade (NADEC), através de fundos da Associação ActionAid Moçambique (AAMoz)
Teve lugar esta quarta-feira, (14/12) na localidade de Chichongue, posto administrativo de Calanga, distrito de Manhiça, o treinamento em matéria de técnicas de manejo de produção de mel para apicultores do distrito de Marracuene. O momento serviu para a troca de experiências entre cooperativas de apicultores dos dois distritos da província de Maputo.
Trata-se de uma iniciativa que visa transmitir conhecimentos para vinte e cinco (25) apicultores sobre técnicas de uso de equipamento de protecção individual (EPI), retirada de cobertura e tampa da colmeia, retirada de quadros, processamento, embalagem e comercialização do mel.
O treinamento é organizado pelo Núcleo Académico para o Desenvolvimento da Comunidade (NADEC), e Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), com fundos da Agência Andalucia de Cooperação e Desenvolvimento (AACID), e conta com a participação do chefe do posto administrativo de Calanga, Casemiro Cuambe, Directora de Programas da ActionAid, Márcia Cossa, Coordenador da prioridade de Mobilização de Recursos, Bento Novela e colaboradores da ActionAid.
Intervindo na ocasião, o Chefe do Posto Administrativo de Calanga, Cesemiro Cuambe felicitou a ActionAid por apoiar a comunidade de Chichongue na produção do mel.
“Hoje estamos muito felizes com a vossa presença na nossa localidade. Queremos agradecer por virem até Chichongue, para testemunhar esta troca de experiências. Quando começamos a produzir o mel, não tínhamos experiência, aprendemos com alguém e, hoje estamos a transmitir todos os conhecimentos aos nossos irmãos de Marracuene”, disse Casemiro.
Por sua vez, Marta Chambule, uma das facilitadoras do encontro, residente em Chichongue sublinhou que “o mel é produzido pelas abelhas a partir do néctar que recolhem das flores e processam nas enzimas digestivas, sendo posteriormente armazenados em favos que servem de alimento para os insectos”, sublinhou Chambule, tendo explicado a todos os presentes os detalhes da metodologia a ser usada.
“Em primeiro lugar nós vamos mostrar onde ficam as colmeias. Depois, daremos toda a explicação do processo de segurança e extracção das colmeias. No final, iremos mostrar-lhes a nossa casa do Mel, de modo a mostrar-lhes como fazemos o processamento e colocação nos frascos”, disse.
Horácio José, de 32 anos, residente no distrito de Marracuene, mostrou-se feliz pela oportunidade de participar do treinamento com apicultores mais experientes.
“Quero agradecer o NADEC por esta brilhante iniciativa. É um treinamento que nós precisávamos há bastante tempo. Temos muita vontade de praticar a apicultura, e é sempre necessário ter formação com aqueles que dominam a área”, frisou o apicultor.
Já Márcia Cossa, Directora de Programas da AAMoz, avançou que este treinamento é de capital importância porque os apicultores de Marracuene poderão, por exemplo, “aprender a tirar abélias de um local para outro sem necessariamente usar o fogo”.
Cossa não escondeu a sua satisfação pelo facto de estarem presentes no treinamento apicultores da zona de 3 de Fevereiro do distrito da Manhiça e de Marracuene.
Segundo apuramos no local, um dos grandes desafios desta actividade tem que ver com a comercialização do mel. E, para fazer frente a este desafio, a AAMoz e o NADEC estão a trabalhar em conjunto para elaborar uma estratégia de marketing com vista a criação de marca e comercialização do produto.
O mel é constituído, na sua maior parte (cerca de 75%), por açúcares simples (glicose e frutose), por água (cerca de 20%), por minerais (cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo, potássio, entre outros), por cerca de metade dos aminoácidos existentes, por ácidos orgânicos (ácido acético, ácido cítrico, entre outros) e por vitaminas do complexo B, por vitamina C, D e E. O mel possui ainda um teor considerável de antioxidantes.
Para além da apicultura, um grupo de mulheres da localidade de Chichongue, iniciou recentemente a produção de frangos com apoio da ActionAid para abastecer o mercado local e o distrito no geral. Numa primeira fase, as mulheres começaram com 200 frangos e esta quarta-feira, (14/12) um grupo de cidadãos aglomerou-se no local, para adquirir as aves com vista a preparar-se da melhor forma para a quadra festiva que se avizinha. Um sinal positivo para os praticantes da actividade que já pensam em aumentar a capacidade para atender a demanda.
Importa referir que esta iniciativa faz parte do Projecto de "Gestão de Recursos Naturais" (GRN) financiado pela Agência Andalucia de Cooperação e Desenvolvimento (AACID), através da Bosque Y Comunidad.