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DESLOCADOS DO CENTRO DE REASSENTAMENTO DE NJATO, EM CUAMBA, CLAMAM POR MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA

Gogodane, Niassa

A população reassentada no centro de Njato, que acolhe famílias vítimas do Ciclone Gombe, se ressente de falta de quase tudo, desde serviços de saúde, água potável, segurança, machambas e escolas. Para aceder a alguns serviços básicos, por exemplo, tem de percorrer mais de uma hora a pé.

Em Njato, as famílias viviam em tendas, mas para minorar o seu sofrimento, o governo atribuiu-lhes espaços, material de construção composto por catanas, plásticos e bambus para erguerem suas residências

Naquele bairro, a Agência das Nações Unidas para refugiados (ACNUR) ofereceu diversos kits compostos por mantas, redes mosquiteiras, utensílios de cozinha baldes de 14 litros e lanternas solares. Este apoio foi possível com o suporte da Associação ActionAid Moçambique (AAMoz).

Segundo Anabela Neves, mãe de três filhos e vítima do ciclone Gombe, a vida em NJato é mais segura e menos propensa a inundações, mas, no entanto, “tem falta de hospital, escola, água potável e espaço para a prática de agricultura”. Conta que os filhos frequentam a 9ª, 5ª e 3ª classes, mas tem de caminhar mais de uma hora a pé, para chegar a escola.

Apesar das dificuldades, agradece o apoio que ActionAid tem prestado a população local. Para a nossa fonte, uma das iniciativas que veio para melhorar a vida dos deslocados é o grupo de poupança e crédito rotativo (PCR).

Anabela revela que tem guardado o pouco dinheiro que tem no grupo de poupança “porque não temos ocupação e estamos a construir. O pouco que temos, poupamos”, disse, acrescentando que “todos os dias aconselhamos outras mulheres para poupar porque é boa coisa”.

A meio a diversas dificuldades e desafios, Anabela tem um sonho “quero ser feliz, ter uma boa casa e ver todos os nossos pedidos de apoios tornados realidade”.

Informações obtidas no terreno indicam que AAMoz e a ACNUR pretendem, para breve, a instalação de um espaço de recreação para que crianças e jovens possam brincar, se divertir e conhecer os seus direitos. Esta actividade conta com apoio da edilidade e governo local.

Refira-se que na sequência do ciclone Gombe, foram acolhidas em Njato um total de 401 pessoas, distribuídas em 87 famílias, sendo que neste momento são assistidas 72 famílias pela Actionaid com apoio da ACNUR.