𝐄 𝐒𝐞 𝐨 𝐂𝐚𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞 𝐚 𝐌𝐚𝐭𝐞𝐫𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐏𝐮𝐝𝐞𝐬𝐬𝐞𝐦 𝐄𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐫?

Clube da Rapariga
Aos 18 anos, Fausia Mirione sabe que será maior de idade. No entanto, ao contrário de muitas jovens que se veem pressionadas ao casamento e a maternidade, ela tomou uma decisão diferente: adiar esses planos para depois da sua formação académica.
"Aos 18 anos, sei que serei maior de idade, mas pretendo casar e ser mãe apenas após concluir a minha formação", afirmou Fausia Marione, aluna da 10.ª classe e membro do Clube da Rapariga do bairro Mutava-Rex, uma iniciativa da Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) e do ACNUR na cidade de Nampula, província do mesmo nome.
Num momento em que vários esforços estão a ser feitos para garantir a retenção da rapariga na escola, Fausia, de 15 anos, representa uma geração de raparigas conscientes dos seus direitos e determinadas a adiar o casamento até a conclusão dos estudos.
Como Fausia, muitas outras raparigas, com o apoio da AAMoz e do ACNUR, têm acesso à informação sobre os seus direitos, conhecem os mecanismos de denúncia em casos de violação e, hoje, assumem um papel de liderança, como activistas contra as uniões prematuras e gravidezes precoces.
As adolescentes do Clube da Rapariga relatam que muitas jovens enfrentam pressões familiares e sociais para se casarem cedo. No entanto, elas desempenham um papel importante na sensibilização sobre o tema, tanto na escola quanto nas suas comunidades.
"É fundamental que todas saibamos que temos o direito de estudar. O casamento não deve ser uma imposição da família ou da sociedade", enfatizaram, em coro, as raparigas do movimento.
Com esta nova consciência e o suporte da ActionAid e ACNUR, estas raparigas têm se manifestado firmemente a favor do direito à educação e ao adiamento do casamento até a conclusão dos estudos.
O seu engajamento não só transforma as suas próprias vidas, mas também fortalece comunidades e outras raparigas, mostrando que o conhecimento é a chave para a verdadeira emancipação e desenvolvimento pessoal da rapariga.