Vice-ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas visita iniciativa de replantio de mangais em Macaneta
O Vice-ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas, Henriques Bongence, visitou na manhã desta quinta-feira, a iniciativa de replantio de mangais em Macaneta, no distrito de Marracuene, província de Maputo.
A visita enquadra-se no âmbito do Dia Mundial dos Oceanos, que este ao celebra-se sob lema “Planeta Oceano: As marés estão mudando” e contou com a presença do Administrador do distrito de Marracuene, Shafee Sidat, Directora de Programas da Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), Márcia Cossa, representante da Agência Andaluza de Cooperação Internacional e Desenvolvimento, representantes do Serviço Provincial de Actividades Económicas, colaboradores do Núcleo Académico para o Desenvolvimento da Comunidade (NADEC), activistas, líderes comunitários e membros da comunidade.
A iniciativa é levada a cabo pela Agência Andaluza de Cooperação Internacional e Desenvolvimento (AACID) e implementada pela Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), NADEC e Bosque y Comunidade com apoio do governo.
Bongence e os outros membros da equipa, caminharam pelos mangais, descalços e outros com botas, contemplando as mudas e os viveiros. Alí, ficaram a saber de perto sobre o projecto de replantio de mangais, com ajuda dos técnicos do NADEC e EDEN.
Intervindo na ocasião, o Ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas, Henriques Bongence, explicou que a cerimónia central do Dia dos Oceanos, iniciou com uma visita ao campo de plantio de mangais, por ser de extrema importância para a produção de espécies marinhas.
O governante sublinhou que até 2024 a meta nacional é de restaurar 5 mil hectares de mangais, no entanto, esta meta já foi cumprida, graças ao envolvimento de diferentes actores.
“O nosso país possui cerca de 300 mil hectares de mangais. A nível do mundo, estamos em 13º lugar, e em África estamos em 3 º lugar. Por isso, queremos dizer que o mangal é importante para o nosso país”, frisou o Vice-ministro.
Segundo indicou, “o governo, no seu programa (2020-2024) estabeleceu uma meta para restaurar ou plantar 5 mil hectares de mangal e, esta meta já foi cumprida graças a esta colaboração das comunidades, associações e Organizações Não-Governamentais que trabalham na área de preservação do ecossistema”.
Já o administrador de Marracuene, Shafee Sidat, defende que o Dia Mundial dos Oceanos é importante porque nos recorda a beleza e vitalidade dos nosso mares e “nos ajuda a reflectir sobre a necessidade de proteger e preservar o ecossistema que sustenta a vida do nosso planeta.
“Os oceanos são um verdadeiro tesouro da natureza, cobrindo mais de 70 % da superfície da terra. Abrigam espécies marinhas, funcionam como um berçário da vida, fornecendo alimentos e abrigo a milhões de animais e plantas”, disse Sidat, tendo acrescentado que apesar da importância, os oceanos enfrentam grandes desafios “um dos quais é poluição”.
A representante do Agência Andaluza de Cooperação Internacional e Desenvolvimento (AACID), Ester Hernández, referiu que esta iniciativa de restauração do Mangal “constitui uma acção importante pelo seu impacto presente e futuro na protecção dos ecossistemas”, e na contribuição da manutenção do habitat.
Anotou ainda que a agência está trabalhar na promoção de iniciativas e políticas inclusivas, assegurando a inclusão de género por forma a melhorar os serviços públicos.
Por seu turno, a Directora de Programas da AAMoz, Márcia Cossa, lembrou que o projecto tem realizado acções de sensibilização sobre a importância do mangal, preservação, uso de forma sustentável e sua utilidade para o desenvolvimento da comunidade.
“Temos fomentado a replica dos mangais e treinamento das comunidades para garantir a sua sustentabilidade. Treinamos membros da comunidade que têm aprendido a seleccionar as sementes e plantas para o plantio”, explicou a Directora, salientado que a cerimónia coincide com o lançamento da segunda campanha de reflorestamento do mangal.
Cossa explicou ainda que o projecto vem minorar o sofrimento da comunidade local, combatendo a pobreza e empoderando a mulher e rapariga através de diferentes acções.
“Temos estado a treinar grupos de apicultores para doptá-los de ferramentas de produção de mel nos mangais “sem criar danos. Ainda, através deste projecto, foram identificadas associações de camponeses que vão beneficiar de kits e tecnologias para produzirem nas zonas altas, como forma de fazer face as inundações e cheias”, detalhou.
Prosseguindo, fez saber que já iniciou o processo de produção de fogões denominados “poupa lenha” produzidos por activistas comunitários, com objectivo e reduzir o abate dos mangais.
Importa referir que para o projecto de reflorestamento de mangais foram investidos cerca de 11 milhões de meticais e o seu término está previsto para Dezembro deste ano, com o replantio de 10 hectares de mangal. Até agora, foram replantados 8 hectares.