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𝐆𝐄𝐑𝐀ÇÃ𝐎 𝐃𝐄 𝐑𝐄𝐍𝐃𝐀: BENEFICIÁRIO DA INICIATIVA DE POUPANÇA E CRÉDITO ROTATIVO VÊ A SUA VIDA A MELHORAR AO ABRIR REPROGRAFIA E LOJA DE VENDA DE COSMÉTICOS

Carlos - Beneficiário da iniciativa PCR, em Nacala.

A erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.

Em Moçambique, a falta de emprego, o conflito armado, o impacto das alterações climáticas e riscos naturais devido à localização geográfica do país, são algumas das razões que aumentam o índice da pobreza, sobretudo, das comunidades mais vulneráveis.

Com objectivo de contribuir para o empoderamento económico das comunidades vulneráveis, com mais enfoque nos jovens, mulheres e raparigas a Associação ActionAid Moçambique, e o seu parceiro Solidariedade Moçambique, estão a implementar a iniciativa de Poupança e Crédito Rotativo (PCR) no âmbito do projecto “Promovendo Oportunidades de Emprego para Jovens” financiado pela Cooperação Belga para o Desenvolvimento.

Neste contexto, os grupos de Poupança e Crédito Rotativo (PCR) continuam a servir de meio de melhoria de vida de cidadãos jovens da província de Nampula, a destacar deslocados internos de Cabo Delgado, vítimas do terrorismo, a exemplo de Carlos Jorge, que com os fundos de PCR, abriu uma reprografia e uma loja de venda de cosméticos, na cidade de Nacala.

Natural de Cabo Delgado, Carlos Jorge, de 34 anos é beneficiário do projecto “Promovendo Oportunidades de Emprego para Jovens”, e integra o grupo de PCR, denominado “Ajuda Família” criado no bairro de Mathapue, no distrito de Nacala, uma das regiões da província de Nampula acolhedoras de vítimas dos ataques terroristas.

𝐂𝐀𝐑𝐋𝐎𝐒 𝐑𝐄𝐋𝐀𝐓𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐀 𝐏𝐎𝐔𝐏𝐀𝐍Ç𝐀 𝐄 𝐂𝐑É𝐃𝐈𝐓𝐎 𝐑𝐎𝐓𝐀𝐓𝐈𝐕𝐎 𝐌𝐔𝐃𝐀𝐑𝐀𝐌 𝐀 𝐕𝐈𝐃𝐀 𝐃𝐀 𝐒𝐔𝐀𝐅𝐀𝐌Í𝐋𝐈𝐀
O membro do grupo de poupança “Ajuda Família” recorda momentos difíceis que passou para garantir o sustento dos seus cinco filhos, devido à baixa renda económica. No entanto, ao ingressar no grupo de PCR em meados do ano 2022, este iniciou a poupar pouco dinheiro que conseguira, a fim de terminado o ciclo de poupança pudesse abrir um pequeno negócio no seu bairro.

“𝘖 𝘮𝘦𝘶 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘫𝘰 𝘦𝘳𝘢 𝘦𝘴𝘱𝘦𝘳𝘢𝘳 𝘢𝘵é 𝘢𝘰 𝘧𝘪𝘮 𝘥𝘰 𝘤𝘪𝘤𝘭𝘰 𝘥𝘦 𝘗𝘊𝘙, 𝘮𝘢𝘴 𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘷𝘢 𝘢 𝘢𝘱𝘦𝘳𝘵𝘢𝘳-𝘮𝘦 𝘤𝘢𝘥𝘢 𝘷𝘦𝘻 𝘮𝘢𝘪𝘴, 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘦𝘭𝘦𝘷𝘰𝘶 𝘢 𝘱𝘦𝘥𝘪𝘳 𝘤𝘳é𝘥𝘪𝘵𝘰 𝘥𝘦 30.000,00𝘮𝘵 (𝘵𝘳𝘪𝘯𝘵𝘢 𝘮𝘪𝘭 𝘮𝘦𝘵𝘪𝘤𝘢𝘪𝘴), 𝘦𝘮 𝘍𝘦𝘷𝘦𝘳𝘦𝘪𝘳𝘰 (2023), 𝘢𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘥𝘰 𝘧𝘪𝘮 𝘥𝘰 𝘤𝘪𝘤𝘭𝘰 𝘥𝘦 𝘱𝘰𝘶𝘱𝘢𝘯ç𝘢, 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢𝘳𝘳𝘢𝘯𝘤𝘢𝘳 𝘤𝘰𝘮 𝘰 𝘯𝘦𝘨ó𝘤𝘪𝘰. 𝘍𝘶𝘪 𝘤𝘦𝘥𝘪𝘥𝘰 𝘰 𝘦𝘮𝘱𝘳é𝘴𝘵𝘪𝘮𝘰 𝘦 𝘥𝘦𝘤𝘪𝘥𝘪 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘳𝘢𝘳 𝘶𝘮𝘢 𝘮á𝘲𝘶𝘪𝘯𝘢 𝘧𝘰𝘵𝘰𝘤𝘰𝘱𝘪𝘢𝘥𝘰𝘳𝘢 𝘦 𝘢𝘣𝘳𝘪 𝘶𝘮𝘢 𝘳𝘦𝘱𝘳𝘰𝘨𝘳𝘢𝘧𝘪𝘢 𝘦 𝘭𝘰𝘫𝘢 𝘥𝘦 𝘷𝘦𝘯𝘥𝘢 𝘥𝘦 𝘤𝘰𝘴𝘮é𝘵𝘪𝘤𝘰𝘴, 𝘧𝘢𝘤𝘵𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵á 𝘢 𝘮𝘶𝘥𝘢𝘳 𝘢 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘰 𝘮𝘦𝘭𝘩𝘰𝘳”.

O jovem explica que o dinheiro resultante das suas vendas é aplicado para o reforço do grupo “Ajuda Família”, para além do sustento familiar. Além disso, este conseguiu terminar o pagamento do seu terreno, melhorar a sua habitação, aquisição de bens domésticos e outros investimentos como o sustento familiar e educação dos seus filhos.

𝐃𝐀 𝐋𝐈𝐌𝐈𝐓𝐀ÇÃ𝐎 𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐄𝐗𝐏𝐀𝐍𝐒Ã𝐎
“𝘗𝘳𝘦𝘵𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘱𝘦𝘥𝘪𝘳 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘤𝘳é𝘥𝘪𝘵𝘰 𝘦 𝘫𝘶𝘯𝘵𝘢𝘳 𝘤𝘰𝘮 𝘰 𝘷𝘢𝘭𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘰𝘶 𝘢 𝘱𝘰𝘶𝘱𝘢𝘳 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢𝘶𝘮𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳 𝘰 𝘮𝘦𝘶 𝘯𝘦𝘨ó𝘤𝘪𝘰 𝘦 𝘪𝘯𝘵𝘳𝘰𝘥𝘶𝘻𝘪𝘳 𝘯𝘰𝘷𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘳𝘷𝘪ç𝘰𝘴”, 𝘳𝘦𝘷𝘦𝘭𝘰𝘶.

Carlos Jorge, disse estar ciente dos impactos positivos que o projecto está a trazer no seio da comunidade, por isso exorta aos beneficiários a fazerem melhor aproveitamento da iniciativa e, aos implementadores, para que abrangem mais zonas com vista a melhorar a subsistência da população através de acções de geração de renda.

“𝘈 𝘤𝘳𝘪𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 𝘨𝘳𝘶𝘱𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘗𝘊𝘙 é 𝘶𝘮𝘢 𝘢𝘭𝘵𝘦𝘳𝘯𝘢𝘵𝘪𝘷𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘮𝘰𝘴 𝘢𝘤𝘦𝘴𝘴𝘰 à 𝘤𝘳é𝘥𝘪𝘵𝘰𝘴 𝘧𝘪𝘯𝘢𝘯𝘤𝘦𝘪𝘳𝘰𝘴 𝘴𝘦𝘮 𝘢𝘭𝘵𝘢𝘴 𝘵𝘢𝘹𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘫𝘶𝘳𝘰𝘴 𝘦, 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘵𝘪𝘵𝘶𝘪 𝘶𝘮𝘢 𝘨𝘳𝘢𝘯𝘥𝘦 𝘰𝘱𝘰𝘳𝘵𝘶𝘯𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘯𝘷𝘰𝘭𝘷𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘥𝘦 𝘢𝘤𝘵𝘪𝘷𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘨𝘦𝘳𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 𝘳𝘦𝘯𝘥𝘢”.

Tal como Carlos, mais de mil jovens (maioritariamente composto por mulheres e raparigas em grande parte deslocados de Cabo Delgado)  fazem parte dos grupos de Poupança e Crédito Rotativo, nos distritos de Nacala, Meconta e Nampula. Uma iniciativa implementada igualmente nas províncias de Niassa e Cabo Delgado.

A iniciativa de abertura de grupos de PCR visa apoiar os jovens a melhorarem a sua literacia financeira e empreendedorismo e, aumentar a consciência sobre fontes e mecanismos de crédito disponíveis e acessíveis para o arranque e expansão de pequenos negócios, por forma a alavancar os meios de subsistência.

Através da iniciativa, a AAMoz, SoldMoz e o Governo da Bélgica estão a contribuir na melhoria da auto-suficiência e meios de subsistência de jovens internamente deslocados, bem como das comunidades acolhedoras nas províncias de Nampula, Niassa e Cabo Delgado.