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LANÇADA CAMPANHA DE REFLORESTAMENTO DO MANGAL EM MARRACUENE

Mangal

Estão envolvidas na campanha quatro (4) comunidades de Macaneta, Gazene, Macavule e Montanhane, onde cada uma é representada por vinte (20) pessoas.

A Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) e o Núcleo Académico para o Desenvolvimento da Comunidade (NADEC) lançaram esta terça-feira, na zona de Montanhane, distrito de Marracuene, província de Maputo, a campanha de reflorestamento do mangal.

Trata-se de uma campanha que prevê o plantio de duas mil sementes de burgueira, numa extensão de dois (2) hectares. Espera-se que esta actividade venha minimizar a problemática de destruição florestal, feita através do corte de mangal para construção e lenha para o uso na cozinha.

Estão envolvidas na campanha quatro (4) comunidades de Macaneta, Gazene, Macavule e Montanhane, onde cada uma é representada por vinte (20) pessoas. Participam igualmente um total de trinta e dois (32) activistas.

A cerimónia de lançamento contou com a presença do representante do Serviço Distrital de Actividades Económicas de Marracuene, Francisco Manuel, Directora de Programas da AAMoz, Márcia Cossa, representantes do NADEC e colaboradores da AAMoz.

Intervindo na ocasião, a Directora de Programas da AAMoz, Márcia Cossa, referiu que esta actividade insere-se no âmbito do projecto de reflorestamento e reaproveitamento do mangal, implementado pelo consórcio ActionAid e NADEC e é financiado pela  Agência Andalucia de Cooperação e Desenvolvimento (AACID), através da Bosque Y Comunidad. 

Márcia Cossa explicou que o projecto foi desenhado a dois anos e só hoje iniciou a actividade. 

“Estamos muito felizes por conseguir concretizar a meta de dois hectares mas gostaríamos de pedir aos activistas e a comunidade para aumentarem para seis ou sete hectares, tudo para restaurar o nosso mangal”, reiterou Cossa, acrescentado que só assim terremos mais lenha, mais peixes e mais área para o aproveitamento futuro.

Prosseguindo, avançou que o projecto prevê o treinamento das quatro comunidades para a prática da agricultura nas zonas altas e na construção de fogões poupa lenha.

Por seu turno, o representante do Serviço Distrital de Actividades Económicas de Marracuene, Francisco Manuel, disse que este projecto surge como uma oportunidade para a comunidade, uma vez que terá informação sobre a importância do reflorestamento de mangal e prática de agricultura.

Manuel agradeceu a NADEC e a ActionAid pela iniciativa e selecção dos activistas do distrito de Marracuene para iniciarem esta campanha.

Já José Luís, de 26 anos, voluntário da comunidade de Montanhane, explicou que infelizmente o mangal é severamente ameaçado na sua comunidade. “Como voluntários, temos o dever de proteger o meio ambiente e fazer o replantio do mangal para o crescimento do peixe, camarão, caranguejo, etc”.

Por sua vez, Sadam Kincardete Acha, colaborador do NADEC, sublinhou que este projecto, está centrado no mangal e procura abranger jovens e mulheres da comunidade. 

“Fizemos uma selecção em quatro comunidades. Sensibilizamos as comunidades e criamos meios alternativos, como, por exemplo, a produção do mel e a prática da agricultura, ao invés de cortar o mangal”, disse.
 
Os mangais são ecossistemas naturais tropicais, compostos por espécies de plantas que toleram água salgada geralmente, localizados em áreas costeiras. Os mangais são considerados “ecossistemas de carbono azul”, bem como ervas marinhas e pântanos de sal, porque são dez (10) vezes mais eficientes em absorver e armazenar grandes quantidades de carbono a longo termo, em comparação com ecossistemas terrestres. Isto, torna-os essenciais para o combate às mudanças climáticas, mas mesmo assim, estes encontram-se sobre enorme risco de destruição devido às actividades humanas mundialmente. 

Importa referir que esta iniciativa faz parte do Projecto de "Gestão de Recursos Naturais" (GRN) financiado pela Agência Andalucia de Cooperação e Desenvolvimento (AACID), através da Bosque Y Comunidad.