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CICLONE TROPICAL “FREDDY” PODERÁ GANHAR FORÇA NO CANAL DE MOÇAMBIQUE

O Ciclone Tropical Intenso “Freddy” poderá aumentar de intensidade assim que entrar no canal de Moçambique esta quarta-feira, (22). Ou seja, entrará em Madagáscar a 115 km/h e sairá a 45 km/h. Pouco mais de 24 horas, já no canal de Moçambique, a tempestade voltará a ganhar força devido às águas quentes, podendo atingir uma velocidade de 70 km/h. No canal de Moçambique, serão necessárias 66 horas para entrar no continente, através da província de Inhambane, afectando o estado de tempo na zona centro e sul do País. O ciclone Tropical Intenso “Freddy” está localizado 296 km a sudeste de Antananarivo, Madagáscar, e moveu-se para oeste-sudoeste a 30 km/h nas últimas 6 horas. A tempestade continuará na rota oeste-sudoeste e chegará à Madagáscar nas próximas horas. A Associação ActionAid Moçambqiue (AAMoz) está a monitorar a situação no País, que já está a enfrentar graves inundações na Cidade e Província de Maputo. Estima-se que no sul e centro de Moçambique, 205.000 pessoas já vivem em áreas inundadas. A ActionAid está a apoiar as comunidades em Moçambique a prepararem-se para o ciclone com o apoio dos comités e parceiros nacionais e locais de redução do risco de desastres. Falando sobre a aproximação do ciclone tropical "Freddy", Márcia Cossa, Directora de Programas da ActionAid Moçambique (AAMoz) explicou que “estamos a fazer tudo o que podemos, para nos preparar, de modo a dar resposta ao ciclone Freddy. Estamos a emitir alertas informativos, garantindo que as pessoas sejam evacuadas para um local seguro e tenham abrigo adequado, bem como acesso a alimentos. Só podemos esperar que os nossos esforços salvem vidas e ajudem as pessoas durante a tempestade e as suas consequências”, disse a directora. Cossa disse ainda que, Moçambique e Zimbabwe foram fustigados pelo ciclone Idai em 2019. “Desde então, as comunidades que enfrentam eventos climáticos extremos regulares, a ActionAid está a trabalhar para apoia-las na reconstrução e recuperação. As memórias daquele evento continuam a assombrar aqueles que vivem lá e disseram-nos que eles continuam a viver com medo, toda a vez que chega o período chuvoso”, sublinhou. Já Teresa Anderson, Líder Global para Justiça Climática da ActionAid International, disse que às mudanças climáticas trazem consigo ciclones, inundações e tempestades cada vez mais frequentes e intensos. A temporada de ciclones deste ano na região tem potencial para ser mortal. “Quando ocorrem desastres climáticos, são as mulheres, crianças e raparigas as mais atingidas. Durante a reunião do COP27 no ano passado, as nações ricas fizeram um acordo histórico para iniciar um fundo de perdas e danos para ajudar os países a se recuperarem e reconstruirem quando são atingidos por eventos climáticos severos. Os governos devem agora agir, para tornar este fundo uma realidade e ajudar as pessoas na linha de frente do caos climático que não podem esperar mais”, frisou Teresa Anderson. Refira-se que com o registo de inundações e cheias, há um alto risco de agravamento de casos de cólera nas próximas semanas.