Skip to main content

POPULAÇÃO ACOLHIDA NO CENTRO DE REASSENTAMENTO 3 DE FEVEREIRO DENUNCIA MÁ GESTÃO E FALTA DE CONDIÇÕES 

Cheias

A população deslocada das cheias no posto administrativo 3 de Fevereiro, distrito da Manhiça, província de Maputo, mostrou-se preocupada e agastada com o funcionamento do centro e acusa os responsáveis pela gestão de não estarem a fazer o seu papel.

Esta constatação surge na sequência da visita realizada esta quinta-feira, ao centro transitório 3 de Fevereiro pela Associação ActionAid Moçambique (AAMoz). As vítimas das cheias conversaram abertamente com os representantes da AAMoz e NADEC sobre todas as suas preocupações.

Gerson Mário, tem 35 anos de idade e está no centro há três semanas, juntamente com a sua mulher e três filhos, conta que o dorme em condições precárias e tem sofrido maus tratos protagonizados pelos gestores. 

“Um dia comemos xima e massa cotovelo. É muito estranho. Nunca comi na minha vida. Quando saímos para hospital, no regresso somos mal tratados e não temos direito a comida. Somos insultados. Quase sempre chega roupa ao centro mas é seleccionada e nós ficamos com aquela que não presta”, desabafou Gerson que acredita que se a comida fosse confeccionada em cada uma das salas que acolhe as vítimas seria muito melhor. 

Luísa Bernardo, de 31 anos e mãe de dois filhos, relata que a sua casa, localizada na zona de Buna, arredores de 3 de Fevereiro, ficou totalmente alagada e teve que ser acolhida no centro transitório.  

Segundo relata “aqui no centro passamos refeições todos os dias mas não há muitas opções. A nossa comida é muito pouca, principalmente o caril mas para outras pessoas que fazem gestão e controlo do centro o cenário é totalmente o contrário”, suspirou.

Luísa pede a ActionAid para adquirir kits básicos de higiene, sementes para produção agrícola e terrenos para a construção.

No centro de reassentamento 3 de Fevereiro foram acolhidas um total de 511 pessoas, sendo 141 mulheres, 95 homens e 275 crianças.

Refira-se que o número de reassentados no centro tende a descer. Ou seja, há três semanas contabilizava-se 760 e actualmente 511.