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MENTORAS COMUNITÁRIAS DO PROGRAMA “EU SOU CAPAZ” REALIZAM SENSIBILIZAÇÃO SOBRE A RETENÇÃO DA RAPARIGA NA ESCOLA, EM METUCHIRA

Metuchira

Mentoras do Programa “Eu Sou Capaz” levaram a cabo esta sexta-feira, (17/03) uma actividade de sensibilização sobre a retenção da rapariga na escola na localidade de Metuchira, distrito de Nhamatanda, província de Sofala.

A actividade contou com presença de quatro mentoras e um facilitador que de casa em casa, nos bairros 1 e 2, sensibilizavam os pais e encarregados de educação de raparigas, sobre a importância de estudar, problemática da Violência Baseada no Género (VBG) e das Uniões Prematuras.

Esta sexta-feira, estiveram no terreno, para o actividade de sensibilização que coincidiu com a visita do oficial do Programa à nível da província de Sofala, António Palate. As mentoras e o facilitador comunitário mostraram como tem sido feito o trabalho na comunidade.

Cacilda Titosse é mentora do Programa “Eu Sou Capaz”, participou recentemente da formação de facilitadores e mentoras comunitárias levada a cabo pela Associação ActionAid Mocambique (AAMoz) no distrito de Nhamatanda.

Cacilda falou do seu itinerário até chegar a comunidade de Metuchira para realizar a actividade.

“Chegar aos bairros 1 e 2 é muito complicado neste período chuvoso. Durante o caminho tem um rio onde temos de atravessar usando canoas. É um grande risco mas não temos outra saída porque queremos alcançar aquela população. O caudal do rio sobe muito no período chuvoso e, por vezes, sobe até um nível em que as canoas não pode se fazer ao rio”, disse a mentora.

Sem avançar dados, Cacilda conta que naquele bairro existem muitas raparigas que abandonam a escola, devido a Uniões Prematuras e trabalho na machamba. Daí a importância de sensibilizar a comunidade de Metuchira.

No Bairro 1 encontramos Tereza Albino, de 13 anos. É aluna da 5ª classe na Escola Primária Empresa. É órfã de pai e mãe e vive com a sua avó desde o primeiro ano de vida. Conta que gosta de estudar para um dia ser alguém na vida.

“Quando crescer gostaria de ser enfermeira para cuidar dos doentes. A minha avó me ajuda a fazer os deveres de casa. Gosto muito da minha escola porque os professores são muito atenciosos. A minha escola fica a uma hora da minha casa”, contou Tereza.

Já António Palate, oficial do Programa “Eu Sou Capaz” na província de Sofala instou as raparigas a continuarem a estudar e não casarem antes dos 18 anos.

“Vocês estão na idade de estudar. Não podem aceitar casar neste momento das vossas vidas. Os pais devem incentivar os seus filhos a irem para a escola para terem um futuro melhor. Manter a rapariga na escola contribui para que elas possam estar em melhores condições de decidir sobre o seu futuro e serem economicamente estáveis”, explicou Palate.

O Programa “Eu Sou Capaz” pretende proporcionar melhores oportunidades de educação e acesso a serviços para raparigas, adolescentes e mulheres jovens. As acções serão viradas a apoiar directamente o empoderamento das raparigas adolescentes fora da escola, proporcionando-lhes competências de vida, orientação, informação e referência para serviços de saúde sexual e reprodutiva (SSR), violência baseada no género (VBG) e educação formal (componente Espaços Seguros.

Este programa é uma iniciativa do Governo de Moçambique, através da Secretaria de Estado da Juventude e Emprego, financiado pelo Banco Mundial e implementado pelo consórcio ActionAid Moçambique, JOSSOAL, liderado pela Plan-International.

O Consórcio está a implementar o Programa “Eu Sou Capaz" em 50 distritos das províncias de Cabo Delgado (Plan-International), Nampula (Plan-International), Zambézia (ActionAid), Sofala (ActionAid), Manica (JOSSOAL), Maputo Cidade e Província (ActionAid).