TEMPESTADE TROPICAL FILIPO PODERÁ AFECTAR MOÇAMBIQUE NAS PRÓXIMAS 24 HORAS

O alerta foi emitido hoje, (11.03) pelo Centro Nacional de Furacões (NHC) depois da Perturbação Tropical na costa moçambicana evoluir para Tempestade Filipo. O sistema poderá entrar pela cidade da Beira e deslocar-se-á para a parte sul de Gaza, trazendo consigo ventos intensos e chuvas fortes.

Neste momento, o Filipo está localizado a 100 km a leste da cidade da Beira, província de Sofala, e desloca-se para o noroeste a uma velocidade de 9 km/h nas últimas 6 horas, com altura máxima de onda significativa de 3,7 metros.

De acordo com informações do site zoom.earth  a Tempestade Tropical Filipo continuará a seguir para o oeste sob a influência direccional do anticiclone subtropical ao sul. Após 24 horas o fenómeno irá em direcção à terra firme, sobre o centro de Moçambique ao sul da cidade da Beira.

Prevê-se que, após 2 dias, Filipo atingirá o pico de intensidade, e poderá alcançar ventos de até 95 km/h antes de tocar o solo. No entanto, espera-se que a intrusão de ar seco e os efeitos de atrito do terreno acidentado de Moçambique reduzam a intensidade do sistema para 55 km/h em 2 dias, antes de retornar ao oceano índico  após cerca de 60 horas.

Ainda segundo as previsões, após 4 dias, Filipo passará por uma transição subtropical e, em seguida, entrará na zona baroclínica, iniciando sua transição extratropical. Em 5 dias, espera-se que o ciclone se transforme em uma tempestade de baixa pressão com um campo de vento expansivo.

Este domingo, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) através de um comunicado de imprensa, classificou o fenómeno de Perturbação Tropical e, entende que poderá evoluir nas próximas horas para o estágio de Tempestade Tropical Moderada, fazendo a aproximação a costa do nosso país pelas províncias de Sofala e Inhambane.

Segundo as projecções actuais, o sistema continuará a evoluir e atingir o estágio de Tempestade Tropical Severa condicionando o estado do tempo com chuvas muito fortes acima de 200 mm/24h, vento máximo de 85 Km/h e rajadas até 120 Km/h nas Províncias de Sofala nos distritos de Machanga, Chibabava e Buzi e Inhambane nos distritos de Funhalouro, Mabote, Homoine, Morrumbene, Massinga, Vilankulo, Inhassoro, Govuro, Panda e Cidades de Maxixe e Inhambane.

Há ainda previsão de chuvas acima de 100 mm/24h, acompanhadas de trovoadas nos distritos de Dondo, Nhamatanda, Muanza e Gorongosa na província de Sofala Cheringoma, Marromeu, Maringue, Caia, Chemba e Cidade da Beira e distritos de Zavala, Inharrime e Jangamo na província de Inhambane.

A província da Zambézia também poderá sofrer os efeitos do Invest 90S nos distritos de Chinde, Luabo, Mupeia, Inhassunge, Morumbala, Nicoadala e Cidade de Quelimane.

Face a ocorrência de ventos fortes, trovoadas e chuvas muito fortes o INAM recomenda a tomada de medidas de precaução e segurança.

A Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) está a intensificar os seus esforços para lidar com o fenómeno em curso e está a trabalhar em estreita colaboração com outras organizações e autoridades para garantir uma resposta eficaz.

Em parceria com o Cluster de Protecção, onde a ActionAid participa activamente, foram desenvolvidas mensagens de alerta precoce de protecção e orientações específicas para enfrentar a ameaça dos ciclones e pós ciclones. As mensagens foram cuidadosamente elaboradas para fornecer informações claras e precisas, por forma a capacitar as comunidades a se prepararem adequadamente e a responderem de maneira eficaz diante de qualquer emergência relacionada ao clima.

De acordo com o Gestor de Políticas Humanitárias da AAMoz, Johannes Chiminya, a ActionAid está a mobilizar recursos e pessoal para apoiar a implementação destas medidas de preparação e resposta.

“Este trabalho inclui o treinamento de voluntários locais para disseminar as mensagens de alerta precoce e fornecer apoio prático às comunidades vulneráveis. Ao trabalhar em estreita colaboração com as partes interessadas locais, a ActionAid está buscar garantir que as comunidades estejam bem informadas e preparadas para enfrentar os desafios associados ao possível desenvolvimento do ciclone tropical”, disse o Gestor.

Refira-se que durante o ano passado Moçambique foi afectado pelo ciclone “Freddy” e chuvas intensas que deixaram um rastro de destruição, 1.3 milhão de pessoas afectadas, destruição de 236 mil casas, 3.200 salas de aula e 306 mortos.