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𝐂𝐑𝐈𝐒𝐄 𝐇𝐔𝐌𝐀𝐍𝐈𝐓Á𝐑𝐈𝐀 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐃𝐎 𝐀𝐎𝐒 𝐂𝐈𝐂𝐋𝐎𝐍𝐄𝐒 𝐂𝐇𝐈𝐃𝐎 𝐄 𝐃𝐈𝐊𝐄𝐋𝐄𝐃𝐈 𝐄𝐗𝐈𝐆𝐄 𝐑𝐄𝐒𝐏𝐎𝐒𝐓𝐀 𝐔𝐑𝐆𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐄𝐌 𝐍𝐀𝐌𝐏𝐔𝐋𝐀

RESPOSTA AOS CICLONES CHIDO E DIKELEDI

RESPOSTA AOS CICLONES CHIDO E DIKELEDI

Moçambique enfrenta uma grave crise humanitária, intensificada pelo impacto devastador dos ciclones Chido e Dikeledi nas províncias de Nampula e Cabo Delgado.

Estes fenómenos climáticos extremos agravaram as já precárias condições das comunidades deslocadas e de acolhimento, vulneráveis devido a conflitos armados e limitações infraestruturais.

A 15 de Dezembro de 2024, o ciclone Chido atingiu Moçambique com ventos ciclónicos e chuvas torrenciais, causando destruição massiva.  Em Nampula, os distritos mais afectados foram Memba (90.749), Eráti (70.095) e Mecuburi (9.025). Estes distritos, acolhem um número de pessoas deslocadas internamente (IDPs), viram-se confrontados com uma intensificação da crise humanitária, resultando numa necessidade urgente de abrigo, serviços de saúde, água potável e protecção social.

As organizações humanitárias, incluindo ACNUR, ActionAid, Save the Children, OIM, UNICEF e UNFPA, lançaram uma resposta para mitigar os impactos imediatos. As iniciativas incluíram:

  • Gestão de Casos e Apoio em Saúde Mental: Brigadas móveis prestaram apoio psicológico e reforçaram medidas de protecção contra violência baseada no género (GBV).
  • Distribuição de Kits Essenciais: Foram entregues kits de higiene, recreativos e de dignidade em áreas críticas.
  • Sessões de Sensibilização: Actividades educativas chegaram a mais de 14 mil crianças, minimizando os impactos emocionais do ciclone.

Apesar dos esforços, a insegurança nas regiões de Memba e Eráti forçou a suspensão de várias actividades essenciais, limitando o alcance da resposta humanitária.


𝐂𝐢𝐜𝐥𝐨𝐧𝐞 𝐃𝐢𝐤𝐞𝐥𝐞𝐝𝐢: 𝐔𝐦 𝐍𝐨𝐯𝐨 𝐆𝐨𝐥𝐩𝐞 𝐞𝐦 𝐌𝐞𝐢𝐨 à 𝐑𝐞𝐜𝐮𝐩𝐞𝐫𝐚çã𝐨

Menos de um mês após o ciclone Chido, a 13 de Janeiro de 2025, o ciclone tropical Dikeledi trouxe consigo fortes chuvas e o risco de inundações massivas, afectando gravemente Nampula. Segundo o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), o ciclone afectou mais de 18 mil famílias e causou a destruição parcial de mais de cinco mil casas, além da destruição total de outras duas mil.

“Temos um óbito em Mossuril, três em Angoche e um em Nampula. O ciclone levou à abertura de três centros de acomodação, que albergam actualmente mais de 700 pessoas”, avançou Luísa Meque, presidente do INGD.

Os centros de acolhimento enfrentam uma situação crítica devido à sobrelotação e à escassez de recursos. O grupo de trabalho de protecção ao nível da província continua a mobilizar esforços para mitigar os impactos, assegurando:

  • Distribuição de Material de Emergência: Coordenação com o INGD e parceiros locais para agilizar a entrega de bens essenciais.
  • Apoio Logístico e Mobilização Comunitária: Reforço de acções no terreno para garantir assistência contínua, apesar dos desafios.


𝐀 𝐔𝐫𝐠ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐑𝐞𝐬𝐩𝐨𝐬𝐭𝐚 𝐒𝐮𝐬𝐭𝐞𝐧𝐭á𝐯𝐞𝐥

Os ciclones Chido e Dikeledi destacam a crescente vulnerabilidade de Moçambique às mudanças climáticas e a fenómenos naturais extremos. Embora a resposta humanitária tenha sido significativa, enfrenta limitações impostas pela insegurança, escassez de recursos e desafios logísticos.

É crucial que governos, organizações internacionais e comunidades locais intensifiquem esforços coordenados para atender às necessidades das populações afectadas, construir resiliência para futuros desastres e evitar que tragédias climáticas continuem a devastar as comunidades mais vulneráveis de Moçambique.