MAPUTO ACOLHE SESSÃO DE INFORMAÇÕES AOS DOADORES PARA REFORÇAR A PREVENÇÃO DO EXTREMISMO VIOLENTO

O encontro serviu para criar uma relação mais estreita entre os doadores e os parceiros de implementação, para reforçar a confiança e a colaboração mútua.
Teve lugar esta quinta-feira (03), em Maputo, uma sessão de informações aos doadores, sobre prevenção do extremismo violento. O encontro reuniu na mesma sala representantes da União Europeia, Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), Embaixadas dos Estados Unidos (EUA), Canadá e Suiça, bem como organizações financiados pelo Fundo Global para o Engajamento e Resiliência Comunitária (GCERF) em Moçambique.
O evento teve como principal objectivo partilhar os progressos, desafios e perspectivas dos projectos em curso que visam prevenir e combater o extremismo violento nas províncias do norte de Moçambique.
Durante o encontro, os doadores mostraram interesse em compreender como as comunidades receberam os projectos implementados. Os parceiros responderam que não existia, até então, uma iniciativa especificamente voltada para a prevenção do extremismo violento com enfoque no empoderamento. As comunidades demonstraram grande entusiasmo com a nova abordagem, que privilegia a capacitação e o treino em iniciativas sustentáveis de geração de renda.
Para o futuro, o GCERF pretende integrar Moçambique na sua rede global de prevenção ao extremismo violento (PVE), por forma que o país partilhe a sua experiência e lições aprendidas com outras nações que enfrentam desafios semelhantes. O encontro serviu, também, para criar uma relação mais estreita entre os doadores e os parceiros de implementação, para reforçar a confiança e a colaboração mútua.
A agenda do encontro incluiu apresentações institucionais e debates sobre os mecanismos de coordenação através dos representantes da Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), Fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC), e da Associação de Apoio e Assistência Jurídica às Comunidades (AAAJC).
As organizações financiadas pelo GCERF detalharam os principais eixos de intervenção dos projectos. O MASC apresentou os resultados na área de paz e resiliência, com enfoque na promoção da coesão social através da formação embaixadores da paz e líderes religiosos em prevenção e combate ao extremismo violento (PCVE) e monitoria de conflitos.
A AAMoz, por sua vez, centrou a sua apresentação na componente de apoio à juventude em contextos de radicalização, onde sublinhou o trabalho desenvolvido em estratégias de prevenção e combate ao extremismo violento. Através da capacitação e envolvimento juvenil, a organização tem contribuído para fortalecer a resiliência de comunidades vulneráveis no norte do país.
Já a AAAJC focou-se no reforço dos meios de subsistência e na inclusão socioeconómica das populações afectadas pelo extremismo, para promover actividades de geração de renda e integração social.
Em termos de empoderamento económico, os projectos apoiados pelo GCERF permitiram formar 500 mulheres que participam actualmente em 34 grupos operacionais de poupança e crédito. Adicionalmente, 50 jovens beneficiam de apoio através de cooperativas nas cadeias de valor de pesca e alimentação.
Recentemente foi anunciada a alocação de 1,5 milhão de dólares para cinco organizações da sociedade civil. Este financiamento visa reforçar os esforços na prevenção do extremismo violento, no quadro do Memorando de Entendimento (MdE) assinado em Março de 2023 entre o Governo de Moçambique e o GCERF.
Refira-se que desde o início da sua intervenção em Moçambique, o GCERF já disponibilizou um total de 12 milhões de dólares para apoiar iniciativas locais nas províncias afectadas pela insegurança.