“É GRATIFICANTE VER COMO AS CRIANÇAS RECUPERAM A ALEGRIA DE VIVER DEPOIS DE TUDO O QUE PASSARAM COM O CICLONE”
O projecto Protecção à Criança, financiado pela UNICEF e implementado pela AAMoz, intervém nos distritos de Meconta, Ilha de Moçambique e Nacala-Porto, na província de Nampula.
O ciclone tropical Jude atingiu a costa moçambicana a 10 de Março de 2025, tendo deixado um rasto de destruição, o que agravou a vulnerabilidade de milhares de famílias nas províncias da Zambézia e Nampula.
Em Nacala-Porto, na província de Nampula, centenas de crianças ficaram sem acesso aos materiais escolares, espaços seguros e expostas a riscos acrescidos de exploração.
Para responder a esta situação de emergência, a Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), com o financiamento da Agência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), implementa o projecto Protecção à Criança, que cria Espaços Amigos da Criança, garante apoio psicossocial e promove o conhecimento dos direitos das crianças.
Na comunidade de Mathapue, Filomena, de 13 anos, encontrou no espaço uma oportunidade de brincar novamente, aprender e reconstruir a confiança. Animadores comunitários, como Akil, trabalham diariamente para sensibilizar as crianças e prestar apoio psicossocial. Até ao momento, o projecto já estabeleceu dois Espaços Amigos da Criança em Nacala-Porto, que beneficiam dezenas de crianças com actividades educativas e de protecção.
Informação sobre o projecto
O ciclone Jude deixou mais de 375 mil pessoas afectadas em Moçambique, entre elas milhares de crianças, segundo o Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD). Em contextos de emergência, as crianças ficam particularmente expostas a riscos como violência, exploração e separação dos cuidadores.
O projecto Protecção à Criança, financiado pela UNICEF e implementado pela AAMoz, intervém nos distritos de Meconta, Ilha de Moçambique e Nacala-Porto, na província de Nampula. O foco está em garantir protecção, dignidade e bem-estar às crianças afectadas por desastres.
Nos Espaços Amigos da Criança, como o de Mathapue, em Nacala-Porto, as actividades incluem jogos educativos, rodas de conversa sobre higiene e direitos, sessões de apoio psicossocial, canto, dança e expressão artística. Estes espaços tornam-se ambientes seguros onde as crianças podem voltar a sorrir e a aprender, enquanto recebem orientação para continuar os estudos e fortalecer sua auto-estima.
Importa referir que no distrito de Nacala-Porto, em Nampula, foram estabelecidos dois Espaços Amigos da Criança, nos bairros de Mathapue e Ontupaia.
Filomena Eduardo, 13 anos.
“Meu nome é Filomena, tenho 13 anos. Participo nas aulas do Espaço Amigo da Criança de Mathapue. Aprendemos a respeitar os adultos, os nossos pais, tios e irmãos. Quando chegou o ciclone Jude, a casa do meu tio caiu e não restou nada. Depois surgiu este espaço onde viemos brincar e aprender sobre os nossos direitos. Gosto muito de estar aqui com outras crianças e com os animadores. Antes não tínhamos um lugar como este”.
Akil Osório, gestor de casos do Espaço Amigo da Criança de Mathapue.
“Eu sou o Akil Osório, gestor de casos do Espaço Amigo da Criança de Mathapue. Trabalho todos os dias aqui para sensibilizar as crianças em matérias de protecção à criança e direitos. Temos actividades recreativas e as crianças recebem apoio psicossocial. É gratificante ver como as crianças recuperam a alegria de viver depois de tudo o que passaram com o ciclone”.