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𝐐𝐮𝐚𝐥 𝐝𝐞𝐯𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐬𝐞𝐫 𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚𝐭é𝐠𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐭𝐞𝐜çã𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐫𝐞𝐝𝐮𝐳𝐢𝐫 𝐨𝐬 𝐜𝐚𝐬𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐢𝐨𝐥ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐁𝐚𝐬𝐞𝐚𝐝𝐚 𝐧𝐨 𝐆é𝐧𝐞𝐫𝐨 𝐧𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐮𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬?

𝐐𝐮𝐚𝐥 𝐝𝐞𝐯𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐬𝐞𝐫 𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚𝐭é𝐠𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐭𝐞𝐜çã𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐫𝐞𝐝𝐮𝐳𝐢𝐫 𝐨𝐬 𝐜𝐚𝐬𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐢𝐨𝐥ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐁𝐚𝐬𝐞𝐚𝐝𝐚 𝐧𝐨 𝐆é𝐧𝐞𝐫𝐨 𝐧𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐮𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬?

Força, Atitude e Mudança

Em Cabo Delgado, onde o conflito prolongado continua a desafiar a esperança das mulheres, raparigas e jovens, uma pergunta tornou-se urgente e incontornável: como proteger verdadeiramente as comunidades e travar a escalada da Violência Baseada no Género (VBG)? 

Foi a partir desta inquietação colectiva que o Movimento Activista Moçambique (MAM), o Conselho Cristão de Moçambique (CCM) e a Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) promoveram uma mesa redonda no âmbito da campanha global dos 𝟏𝟔 𝐃𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐢𝐬𝐦𝐨, reunindo vozes diversas para pensar soluções concretas e sustentáveis.

A mesa redonda, que contou com a participação de mais de 27 representantes da sociedade civil, juventude, líderes comunitários e organizações parceiras, centrou-se numa questão-chave: que estratégia de protecção pode, de facto, reduzir os casos de VBG nas comunidades, especialmente num contexto frágil como o de Cabo Delgado?

As discussões sublinharam que a violência de género, física, psicológica, económica ou digital não é apenas uma violação dos direitos humanos; é também um factor que fragiliza ainda mais comunidades já afectadas pelo conflito, deslocação e desigualdades estruturais. A urgência de fortalecer redes de protecção, mecanismos de denúncia e acções preventivas foi unanimemente reconhecida.

Como resultado da mesa redonda, estão programadas palestras comunitárias sobre Violência Baseada no Género para reforçar a educação contínua e a consciencialização. As actividades irão envolver líderes comunitários e religiosos, fundamentais para influenciar normas sociais e promover a tolerância zero à violência. Estas acções pretendem consolidar a protecção comunitária e reduzir os casos de VBG.

Em Cabo Delgado, a persistência da violência armada e os deslocamentos forçados criam terreno fértil para a vulnerabilidade, especialmente entre mulheres e raparigas. No entanto, também nesta província se faz ouvir a força transformadora da juventude.

O MAM tem demonstrado uma capacidade notável de mobilização e resiliência. Entre Março e Setembro de 2025, alcançou 2.935 beneficiários em Pemba através de iniciativas integradas de prevenção do extremismo violento, coesão social e promoção da participação juvenil. Com apoio da ActionAid e do Conselho Cristão de Moçambique, estas acções incluíram: debates comunitários; torneios desportivos; sessões escolares de sensibilização; actividades de diálogo intergeracional.

Estas iniciativas têm fortalecido espaços seguros de partilha e construído comunidades mais informadas e capazes de se protegerem.

A campanha dos 16 Dias de Activismo contra a Violência Baseada no Género que decorre de 25 de Novembro a 10 de Dezembro mobiliza governos, organizações e comunidades em todo o mundo para a defesa dos direitos das mulheres e raparigas. Este ano, o lema “Unidos para Acabar com a Violência Digital Contra Mulheres e Raparigas”reforça a urgência de proteger também os espaços online, onde novas formas de agressão têm emergido.

O Movimento Activista Moçambique integra o Projecto de Prevenção do Extremismo Violento, implementado em Cabo Delgado, Niassa e Nampula pela ActionAid Moçambique em parceria com a Associação ASSANA, o Conselho Cristão de Moçambique (CCM), a Fundação NUNISA, a Associação Kuendeleya com o apoio do Fundo Global de Engajamento e Resiliência da Comunidade (GCERF) através da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN).