INGD e Actionaid promovem treinamento para o aumento de capacidade de gestão do risco de desastres
Com esta iniciativa, se pretende avaliar a capacidade de coordenação entre o Centro Operativo de Emergência Distrital e os Conselhos Técnicos Distritais de Gestão e Redução do Risco de Desastres
O Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD) em parceria com a Associação Actionaid Moçambique (AAMoz) e a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) realizaram na aldeia de Mademo, distrito de Cuamba, província de Niassa, um treinamento às comunidades sobre gestão do risco de desastres e mudanças climáticas, desde a sua preparação, resposta e recuperação pós desastre.
Para além da componente teórica, esta actividade compreendeu um exercício de simulação de campo. Aliás, este exercício envolveu directamente três (3) comunidades, setenta e nove (79) famílias, correspondentes 350 pessoas. Contou ainda com a participação de dois Conselhos Técnicos Distritais de Gestão e Redução de Risco de Desastres (CTDGRD), Centro Operativo de Emergência (CTO), cinco (5) Comités Locais de Gestão do Risco de Desastres de Cuamba, membros dos Espaços Seguros que comportam mulheres deslocadas de Cabo Delgado e das famílias acolhedoras dos distritos de Cuamba, Malica, Mecula e Marrupa.
O Delegado Provincial do INGD em Niassa, Friday Taibo, disse que este treinamento visa entre outros objectivos, reciclar os comités locais de gestão do risco e avaliar o nível de prontidão e resposta do Governo distrital perante uma emergência provocada por inundações e cheias. "Nós testemunhamos o treinamento e reciclagem aos membros de seis (6) comités locais, compostos por dezoito (18) pessoas. Cada membro tem uma tarefa especifica. Fizemos a reciclagem de cada grupo para fazer face aos períodos de emergência”, sublinhou o dirigente, tendo acrescentado que com esta iniciativa, se pretende avaliar a capacidade de coordenação entre o Centro Operativo de Emergência Distrital e os Conselhos Técnicos Distritais de Gestão e Redução do Risco de Desastres e operacionalizar o sistema de comunicação e fluxo de informação do Sistema Interdigital de Aviso Prévio.
Taibo explicou que a actividade de simulação de campo compreende a pré-simulação que consiste em fazer a testagem da capacidade instalada, com a participação de todos os membros do COE Niassa, COE Distrital e CLGRD, cada um dos órgãos ao seu nível e a simulação verdadeiramente dita, que visa colocar a prova toda a capacidade instalada para a resposta à emergência, tendo em conta o cenário simulado, com todos os órgãos activos em simultâneo, desde a comunidade até ao nível provincial fazendo fluir a informação e as intervenções para aresposta.
“A ideia da pré-simulação surge para alinhar os eixos para a simulação e vai consiste num momento de aviso prévio, busca e resgate, acomodação e assistência humanitária em vários sectores. Para a realização da actividade houve uma montagem de tendas para área de abrigo, um centro de saúde e um posto policial. Foram instalados locais para acolher e registar toda população de sairá das áreas de risco”, detalhou.
Já o gestor do programa de resposta humanitária da Associação Actionaid Moçambique (AAMoz), Johannes Chiminya, frisou que este treinamento surge para revitalizar e capacitar os principais intervenientes na gestão de Risco de Desastres (COE distrital, Conselho Técnico Municipal, Comités Locais de Gestão de Desastres e os membros dos Espaços Seguros) com objectivo de actualizar as práticas de simulação e avaliação do nível de prontidão de resposta destes órgãos.
“Estamos em Mademo, distrito de Cuamba para fazer a simulação de como fazer resgates em períodos de cheias e inundações. Estão presentes os comités locais de Cuamba, Cruz Vermelha de Moçambique e mulheres de Espaços Seguros. A simulação vai envolver todos os membros da comunidade”, explicou o gestor.
Segundo uma análise conjunta do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos e do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), aproximadamente 2.2 milhões de pessoas poderão ser afectadas por chuvas fortes, ventos, inundações, cheias e até ciclones tropicais, na presente época chuvosa no país.
Refira-se que simulação de campo teve lugar na aldeia de Mademo, durante dois dias e estiveram envolvidas um total um total de 350 pessoas. A mesma surge no âmbito do “Projecto de Protecção aos Deslocados Internos, Comunidades Anfitriãs e Pessoas de Interesse Afectadas pelo Ciclones" financiado pelo ACNUR.