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BENEFICIÁRIOS FAZEM BALANÇO POSITIVO DOS PROJECTOS IMPLEMENTADOS PELA ACTIONAID EM MANHIÇA

Foto de familia

Os beneficiários dos projectos implementados pela Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), através do Núcleo Académico para o Desenvolvimento da Comunidade (NADEC), na Localidade de 3 Fevereiro, no distrito da Manhiça, província de Maputo, fazem um balanço positivo das actividades levadas à cabo pela organização desde o início das actividades naquele ponto do país.

Esta constatação surge à margem do encontro com os beneficiários dos projectos implementados pela AAMoz, através do NADEC, que juntou mais de 50 pessoas entre camponeses, raparigas, rapazes, membros do Reflect e beneficiários do mecanismo do patrocínio.

O encontro visava entre outros objectivos, avaliar de forma conjunta, os sucessos e desafios na implementação das acções do actual Plano Estratégico 2018 – 2023.

Eva Ngoenha, camponesa da União das Cooperativas Agrícolas da Zona de 3 de Fevereiro, disse que o apoio da AAMoz tem sido crucial na promoção dos direitos das mulheres e no combate à violência Baseada no Género (VBG).

“Através das sensibilizações sobre violência e igualdade de género, conseguimos ver mudanças na comunidade. É muito difícil uma pessoa mudar de comportamento de dia para noite, mas hoje, é possível ver que o trabalho realizado nas nossas comunidades tem efeitos positivos, como por exemplo, aumento de casos de denúncia sobre violência”, explicou.

Já Ciara Mateus, aluna da 8ª classe, defende que a família é a base para melhor resposta aos casosViolência Baseada no Género (VBG) e prostituição infantil no distrito.

“Por exemplo, quando uma rapariga pede dinheiro ao pai para comprar caderno, lápis e caneta e, este não dá, prefere ir buscar outras soluções, como a prostituição. Por via disso, quando um rapaz aparece, e quer namorar, as raparigas aceitam, porque este vai dar algum dinheiro”, explicou.

Já José Macie, entende que o NADEC e AAMoz deveriam continuar a apostar na agricultura, fonte de subsistência de centenas de famílias do distrito, para combater a fome.  

“Nós temos terras para agricultura nas zonas altas e baixas, mas neste momento, precisamos de sementes e de sistemas de irrigação. Os mais jovens também podem se dedicar a agricultura, estamos abertos a ceder algum espaço para eles”, disse Macie, acrescentando que um dos grandes desafios tem que ver com a legalização dos seus espaços para a prática de agricultura.

Por seu turno, a Directora de Programas da AAMoz, Márcia Cossa, disse que o encontro pretende aferir o grau de satisfação das actividades implementadas.

“A ActionAid tem um plano estratégico de cinco anos e, estamos a chegar ao fim. Por isso, precisamos sentar e ver se estamos a fazer bem, se as áreas são certas para a comunidade de 3 de Fevereiro ou se trouxemos alguma mudança”, explicou.

Cossa explicou aos beneficiários que os fundos do mecanismo  de patrocínio tendem a reduzir nos últimos anos o que poderá comprometer na realização de algumas actividades.

Importa referir que a AAMoz está a levar a cabo uma sessão igual nos distritos de Mocuba, Namarroi e Alto Molócuè na província da Zambézia.