BOMBA MANUAL FLEXIBILIZA IRRIGAÇÃO E AUMENTA PRODUTIVIDADE EM CAIA
A iniciativa faz parte do projecto “Gestão Integrada de Riscos Climáticos (ICRM)”, implementado pela Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) e visa fortalecer a resiliência climática das comunidades locais.
A introdução de bombas manuais de irrigação nos campos agrícolas do distrito de Caia, província de Sofala, está a transformar o dia-a-dia dos pequenos agricultores, porque o processo de rega torna-se mais simples e menos exaustivo.
A iniciativa faz parte do projecto “Gestão Integrada de Riscos Climáticos (ICRM)”, implementado pela Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) e visa fortalecer a resiliência climática das comunidades locais.
Com a distribuição das bombas de irrigação, os agricultores da localidade de Nhezera, já estão a sentir o impacto positivo nas suas produções agrícolas. Exemplo disse é a beneficiária Rita Bezeque, que diz que a bomba manual reduziu o tempo e o esforço físico necessário para irrigar as plantas.
“Esta machamba é minha e do meu companheiro. Produzimos couve, pimenta e cebola numa área de 50x50 metros quadrados. Antes, usávamos regadores, e não era nada fácil. Agora, com a bomba manual, tudo tornou-se mais simples e rápido. Não precisamos mais caminhar tanto, e a irrigação é mais eficiente”, comentou Rita
Joaninha Fernando, outra beneficiária do projecto, na localidade de Nharugue explicou que a bomba manual chegou num momento certo e está fazer a diferença.
“No início, usava regadores, mas desde que recebi a bomba manual, tudo mudou. O regador não conseguia cobrir toda a área, mas agora, com a bomba, podemos irrigar eficientemente tomate, cebola e couve. O valor que ganhamos com as vendas ajuda-nos a pagar as despesas de casa, comprar material escolar para os nossos filhos. Os compradores vêm até os campos para comprar e revender, e também levamos os produtos ao mercado de Murraça, que é um dos maiores da região”, explicou Joaninha, tendo agradecido à ActionAid pela assistência.
Além das bombas manuais, a técnica de agricultura de conservação também está a ser promovida pelo projecto ICRM com vários benefícios para os agricultores.
Mário Meque da comunidade de Chibongoloa, que cultiva repolho, alface e cebola, relatou como a adopção da técnica, juntamente com a bomba manual, transformou a sua produção.
“Desde o ano passado, comecei a beneficiar da agricultura de conservação, que ajuda muito a reter a humidade no solo. Quando recebi a bomba, a diferença foi enorme. Antes, era desgastante usar regadores, mas agora, com a bomba, o trabalho ficou muito mais fácil," afirmou Mário.
Ana João, beneficiária da comunidade de Chibongoloa referiu que a iniciativa está a fortalecer a segurança alimentar e gerar rendimentos adicionais para os agricultores, que podem vender as suas colheitas com maior eficiência.
“As bombas manuais permitem-nos produzir mais e vender com regularidade. Isso ajuda muito nas despesas diárias, como a compra de material escolar para os nossos filhos”, frisou.
Por seu turno, o Oficial do Projecto ICRM, Elias Farnela, afirmou que as acções do projecto surgem para fazer face aos desafios climáticos.
“As mudanças climáticas estão a colocar uma pressão crescente sobre os pequenos agricultores, mas com tecnologias simples, como as bombas manuais de irrigação e as técnicas de agricultura de conservação, estamos a ver resultados impressionantes. A produção de hortícolas está a aumentar, e os agricultores estão mais resilientes às variações climáticas”, avançou Farnela.
Importa salientar que este projecto é implementado pela AAMoz, com o financiamento da Agência de Cooperação Internacional da Coreia (KOICA) em parceria com o Programa Mundial de Alimentação (PMA).