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EQUIPA DE RESPOSTA HUMANITÁRIA PREPARA-SE PARA RESPONDER NECESSIDADES DE MAIS DE 30 MIL DESLOCADOS

IDP’s Eráti

Com objectivo de avaliar e colectar dados para desenvolver uma compreensão da situação humanitária geral e analisar as necessidades humanitárias no distrito de Eráti, na província de Nampula, face à nova vaga de chegada de deslocados internos vindos de Cabo Delgado por conta do conflito armado, a equipa de Resposta Humanitária reuniu-se neste sábado, (24,02) com o governo e visitou diferentes locais de acolhimento.

O distrito de Eráti voltou a receber deslocados vindos de Cabo Delgado, devido de ataques consecutivos nas últimas duas semanas, com destaque para o ataque registado no dia 20,02. Várias famílias encontram-se abrigadas nos centros de acomodação, onde na sua maioria, chegaram apenas com "roupa de corpo" tendo deixado para trás as suas casas, colheitas, gado, outros bens pessoais, visto que, a fonte de subsistência nos locais originais era a agricultura, criação de animais e a condução de pequenos negócios.

Devido a emergência em atender as necessidades humanitárias nos centros de acolhimento, a delegação das Equipas Humanitárias Nacionais das Áreas de Nampula e Cabo Delgado, compostas por diferentes clusters realizaram uma avaliação rápida e coordenada, liderada pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) e pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) para obter um melhor entendimento sobre as necessidades dos deslocados.

Durante a visita, a equipa observou de perto o drama vivido pelos deslocados e as necessidades humanitárias decorrentes de condições precárias devido à falta de abrigo, alimentos, itens não alimentares, água, saneamento e higiene, e saúde, entre outras necessidades, sendo que, a alimentação é identificada como uma necessidade prioritária.

Os deslocados estão traumatizados e com medo, mesmo com a presença dos militares nos centros de acomodação, a população sente-se insegura com medo de infiltração por parte dos insurgentes.

O apoio psicossocial, sessões de sensibilização sobre questões de protecção e os centros recreativos foram mencionados como necessários para evitar riscos de protecção, com destaque para protecção à criança, visto que, a exposição das crianças à crueldade e barbaridades associadas aos ataques (testemunhados ou sofridos) tem um enorme impacto no bem-estar mental das crianças o que gera necessidade de apoio psicossocial.

As autoridades governamentais ao nível do distrito de Eráti equacionam a possibilidade de criar centro de reassentamento para a realocação das famílias deslocadas acolhidas nos diferentes centros de acomodação.

De referir que, ao nível do Distrito de Eráti, a Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), em parceria com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), estabeleceu um Espaço Seguro de Protecção, que conta com 22 activistas, com objectivo de reforçar a protecção de mulheres, raparigas e crianças, através de acções de aconselhamento, assistência em questões de apoio psicossocial, violência baseada no género (VBG), identificação e encaminhamento de casos para serviços apropriados.

Parte dos activistas, esteve engajado no levantamento de necessidades realizadas no último sábado (24,02) junto das diferentes equipas humanitárias.