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PROGRAMA MUNDIAL DE ALIMENTAÇÃO MONITORA IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS CONTRA PERDAS AGRÍCOLAS EM SOFALA

Caia - Gestão Integrada de Riscos Climáticos

A visita teve como objectivo observar de perto a implementação das actividades destinadas a reduzir perdas agrícolas e fortalecer a segurança alimentar para mais de mil novos beneficiários.

O Programa Mundial de Alimentação (PMA) realizou recentemente uma visita de monitoria aos campos agrícolas do distrito de Caia, província de Sofala, no âmbito do projecto de “Gestão Integrada de Riscos Climáticos (ICRM)” implementado pela Associação ActionAid Moçambique (AAMoz), com fundos da Agência de Cooperação Internacional da Coreia (KOICA) num consórcio liderado pelo PMA.

A visita teve como objectivo observar de perto a implementação das actividades destinadas a reduzir perdas agrícolas e fortalecer a segurança alimentar para mais de mil novos beneficiários. 

A equipa do PMA acompanhada por técnicos da Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) visitou os campos de demonstração de Sombreiro e campos de réplica de Sombe, Chipende, Camba, Chibogoloa, Nsona, Ntompa, Tanga Tanga e Tchetcha 2.

Durante a visita, os representantes daquela organização das Nações Unidas, puderam testemunhar, em primeira mão, as diversas iniciativas implementadas pelos agricultores locais, para fazer face aos choques climáticos, como, por exemplo, a adopção de técnicas agrícolas resilientes ao clima.  

Mário Jone é um dos beneficiários do projecto e pratica agricultura na zona de Chibogoloa há vários anos. Conta que devido às mudanças climáticas muitos camponeses têm somado enormes prejuízos nos campos agrícolas devido ao fenómeno El Niño.

“Só de olhar à nossa volta, vemos muitas culturas secas e perdidas. Esta situação vai trazer muita fome para a nossa comunidade”, disse Jone acrescentando que graças a iniciativa da ActionAid e PMA "as coisas tendem a melhorar nos nossos campos porque usamos técnicas que melhoram a nossa produtividade. A técnica chama-se compostagem, que consiste em depositar uma mistura de materiais orgânicos, como capim e  restos de plantas e depois ocorre uma decomposição controlada. Esse composto ajuda a melhorar a estrutura do solo, tornando-o mais leve, e rico em matéria orgânica. Isso aumenta a capacidade de retenção de água e cria um ambiente propício para o crescimento das culturas”, explicou. 

No final da visita, os representantes do PMA mantiveram  um encontro  de balanço com o Gestor de Políticas e Programas Humanitários da AAMoz, onde expressaram a sua satisfação em relação aos progressos realizados até ao momento e, reafirmaram o compromisso contínuo de apoiar as comunidades agrícolas. 

Johannes Chiminya, Gestor de Políticas e Programas Humanitários da AAMoz, referiu que a  monitoria não apenas permitiu avaliar os resultados alcançados até o momento, mas também identificar áreas que necessitam de maior atenção e intervenção para garantir o sucesso ao longo prazo do projecto.

“Esta avaliação crítica é fundamental para ajustar as nossas estratégias e garantir que possamos continuar a servir efectivamente as comunidades agrícolas do distrito de Caia. Estamos comprometidos em trabalhar incansavelmente para enfrentar os desafios e fortalecer a resiliência destas comunidades diante das adversidades climáticas e socioeconómicas”, frisou Chiminya.

Neste momento, um dos grandes desafios é o fenómeno El Niño que tem devastado diferentes culturas naquele distrito. 

O El Niño é um fenómeno climático caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, que pode desencadear em mudanças significativas nos padrões climáticos em todo o mundo. Em Moçambique, o efeito se traduz em secas prolongadas, inundações e outros eventos climáticos extremos.

Importante referir que face ao cenário, as autoridades meteorológicas já alertaram para a possibilidade de um El Niño moderado a forte, o que poderia ter sérias consequências para a agricultura, segurança alimentar e infraestrutura do país.