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ASCUT REFORÇA LUTA CONTRA USURPAÇÃO DE TERRAS EM MOÇAMBIQUE

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“O encontro foi produtivo porque trocamos experiências com organizações que já trabalham a muito tempo com assuntos ligados à terra.

A Aliança da Sociedade Civil contra a Usurpação de Terras (ASCUT) está reunida esta semana, na comunidade de Macaneta, distrito de Marracuene, província de Maputo, no seminário de partilha de experiências, boas práticas e desenho de planos no âmbito de acções de defesa da terra.

O evento reuniu diversas organizações da Sociedade Civil, para debater assuntos ligados à usurpação de terras, inclusão de género, elaboração de um plano conjunto sobre agroecologia e o papel das comunidades locais.

Durante os cinco dias de debates, os participantes discutiram temas como direitos humanos, inclusão social, género e agroecologia, por forma a reforçar a importância da protecção do direito à terra para mulheres e homens em Moçambique.

António Palate, Coordenador do Sector de Governação Democrática, Inclusiva e Sustentável da ActionAid Moçambique (AAMoz), disse que o seminário surge como uma mais-valia para capacitação, união e angariação de fundos.

“Estamos neste encontro na sequência de um projecto financiado pelo SNV, denominado Comunidade de Práticas (COP). Estamos numa capacitação sobre agroecologia e género para desenvolver a teoria de mudança, matriz de recomendações e o quadro lógico para aceder a alguns fundos”, explicou acrescentando que a ASCUT tem desempenhado um papel fundamental na defesa dos direitos das comunidades locais, e este encontro foi uma oportunidade para fortalecer a nossa unidade e traçar estratégias eficazes.

Já Telma Tonela, membro do secretariado da ASCUT frisou que o seminário permitiu um intercâmbio valioso entre as organizações da Sociedade Civil. 

“O encontro foi produtivo porque trocamos experiências com organizações que já trabalham a muito tempo com assuntos ligados à terra. Estivemos durante estes estes dias a fazer uma análise da Proposta de Lei de Terras, onde trouxemos o pensamento da AUSCUT”, salientou.

Alvim Cossa, especialista em teatro e comunicação, reforçou o papel da arte na sensibilização da população em torno da usurpação de terras. 

“Quando falamos de arte, do Teatro do Oprimido particularmente, falamos de ferramentas de luta e firmação. Quando falamos de terras, estamos a falar de um campo conflituoso onde as políticas públicas oscilam, por isso, precisamos de armar os nossos produtores com ferramentas para se defenderem e analisarem contextos e ferramentas para se posicionarem e a arte é essencial para alcançarmos os nossos objectivos”, defendeu. 

A ASCUT tem como missão promover a segurança e o controlo comunitário da terra, para combater a usurpação e garantir que as comunidades usufruam plenamente dos seus direitos. A aliança trabalha em estreita colaboração com organizações parceiras para fortalecer a incidência política e mobilização social.

O principal objectivo da ASCUT é maximizar sinergias entre organizações membros, de modo a tornar mais eficazes as suas acções de advocacia. 

Participam no encontro, organizações da Sociedade Civil, como a Associação ActionAid Moçambique, Justa Paz, CEDES, Joint, Centro do Teatro do Oprimido e a Organização Holandesa para o Desenvolvimento – SNV.