Camponeses afectos a União das Cooperativas Agrícolas da zona de 3 de Fevereiro, no distrito da Manhiça, em Maputo, receberam esta quinta-feira, (27/04), sementes de hortícolas para a produção, financiadas pela Associação ActionAid Moçambique (AAMoz) através do Núcleo Académico para o Desenvolvimento da Comunidade (NADEC).
Serão contemplados, ao todo, 8 associações de camponeses que perderam os seus campos agrícolas na sequência das cheias que afectaram o distrito da Manhiça com sementes de feijão-nhemba, feijão manteiga, milho amarelo, rama de batata-doce, semente de repolho, alface, cebola, tomate, couve e feijão-verde.
Na ocasião a directora de programas da AAMoz, Márcia Cossa, explicou que esta ajuda vai reiniciar um novo ciclo de produção para os camponeses que perderam quase tudo.
“Quando chegamos a zona de Francisco Manyanga constatamos existir uma área de culturas que não estava na água, mas não se tinha como chegar lá. O que nós pensamos todos os anos, é que, nas zonas baixas têm tido cheias, por que não começarmos a produzir na zona alta. Esta ajuda é mesmo para reiniciar o novo ciclo de produção”, disse Cossa.
Por seu turno, os camponeses mostraram-se muito felizes e animados por receberem as sementes.
José Macie lidera 30 camponeses da associação Francisco Manyanga, conta que perderam tudo com a subida do caudal do rio Chuenca.
“Ficamos muito prejudicados com as chuvas. Não tínhamos como chegar as nossas machambas. Se tivéssemos barco talvez poderíamos ver de perto se existia algo para recuperar. No entanto, as sementes que hoje recebemos irão ajudar a nos reerguermos das perdas que tivemos”, disse Macie.
No local, os camponeses e os colaboradores da ActionAid e NADEC procederam ao lançamento de viveiros de hortaliças sob supervisão do técnico do NADEC Júlio Muthemba. O exercício consistiu no enchimento de substrato orgânico no tabuleiro, lançamento da semente no tabuleiro, rega e transporte até a estufa, local onde a planta vai ter um desenvolvimento vigoroso, livre de pragas.
Importa referir que no distrito da Manhiça houve registo de 1000 hectares de culturas diversas inundadas.